quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Viver em combate.


Bom dia!

Bem haja a todos que nos visitam!

Continuação do texto de ontem.

Tirado do endereço abaixo:



A ida para África, África e seus mistérios, África e a guerra, provocavam de forma geral, nos jovens na iminência de serem mobilizados, reacções de receio, mas também de curiosidade. Nos anos de 60, os Portugueses tinham de África e da guerra um conhecimento povoado de mitos e fantasias construídos sobre a vida da selva e o contacto com populações estranhas. Em época de informação controladas pela censura e propaganda, e condicionada pela relativa pobreza dos métodos e processos de a difundir, transformar rapidamente jovens europeus, camponeses e citadinos, em soldados capazes de viver e combater nos teatros africanos exigia o recurso a todos os meios, incluindo a arte e o humor. 
As Forças Armadas, especialmente o exército , por ser o ramo que mais efectivos mobilizou, deitaram mão a esses recursos como complemento da preparação dos seus soldados para a realidade que iriam encontrar e a melhor forma de enfrentar situações em que poderiam ver-se envolvidos. 

Aproveitando a arte e o engenho de alguns militares em campo de guerra, eis alguns que salientamos, o oficial de cavalaria Vicente da Silva e José Rui, entre outros que mais tarde obtiveram sucesso como desenhadores de cartoons, o Jornal do Exército publicou, nos primeiros anos de guerra, uma série de “Conselhos aos Soldados no Ultramar “, que, embora enquadrados nas actividades de acção psicológica, revelavam apurado sentido de humor e de crítica. 
Também as páginas humorísticas relativas às missões dos corpos de tropas e às situações vividas nas várias fases da comissão contribuíam para integrar os jovens soldados nas realidades que viviam ou iriam viver.

O dia-a-dia dos militares nos quartéis do mato passava-se entre tarefas de segurança, as operações e a rotina dos longos dias. Excepto nas guarnições sujeitas a grande pressão dos guerrilheiros, nos dias cumpriam-se no contacto com as populações, nas permanências no bar, na correspondência com a família, na prática de algum desporto e, por vezes, na caça. A ideia prevalecente na maioria dos militares era de que a comissão durava duas vezes 365 dias. A partir da data do embarque, iniciava-se a contagem decrescente até ao regresso. A partir do local onde se encontrava, media-se a distância a que se estava de casa. 



Os quartéis portugueses em África reproduziam a cultura de origem dos seus ocupantes, sendo vulgar organizarem-se pequenas explorações agrícolas, onde se cultivavam produtos metropolitanos que melhoravam a dieta da alimentação. 
As relações com a população local era, em regra geral, fáceis e traduziam-se na troca de serviços, dos domésticos aos sexuais, por algum tipo de remuneração, alimentos e tratamentos sanitários.

O correio constituiu casa especial na permanência dos militares em África. A correspondência com a família, as namoradas e os amigos consumia grande parte do tempo disponível dos mobilizados e aliviava as tensões que seriam dificilmente suportadas sem esse escape. O Serviço Postal Militar (SPM) organizado pelas Forças Armadas atingiu elevados padrões de eficácia, existindo a noção em todos os escalões de comando de que receber a correspondência regularmente era essencial para manter o moral das tropas. O momento da chegada do correio e a sua distribuição provocava excitação compreensível. Por isso, todos os meios foram utilizados para fazer chegar o saco de lona do SPM às guarnições mais isoladas.

http://www.delcampe.net/



OBS: Todas as imagens foram retiradas dos sites marcados, não são minhas. 


Um abraço para todos!
Até amanhã!



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